Fora os fatos cômicos relatados em CONTOS QUE CONTARAM, QUE RECONTO! - também pude
observar, na prática, o que é notório a toda a população; o fato de que a saúde
brasileira está em caos e quem depende do SUS em geral sofre mais, pois é
deixado em macas em corredores, e enfermarias, às vezes mais de uma semana, e
não raro chega às duas quinzenas. Exceto quando se tem amigos influentes ou
contatos importantes no seio da política ou da medicina, neste caso em poucos
dias se consegue uma vaga em outro hospital, e ser transferido e atendido pelo
SUS, o que deixa os menos favorecidos [financeira, socialmente e sem amigos
influentes] há mais tempo com primeiro atendimento realizado, mais tempo na
fila de espera para cirurgia. Caso típico e acontecido: O Senhor J.R.L, que
sofreu acidente de moto fraturando o fêmur e abertura de bacia, desde quando
chegou, [deu entrada no hospital em 31/10/2011] não deixou o telefone sossegado
e recebendo e fazendo ligação, mantendo seus contatos. Em uma delas ele
perguntou em quanto ficava a cirurgia dele na rede particular, parece
ter-assustado com o valor, pois não mais insistiu no assunto de cirurgia fora
da rede SUS. Porém na 5º-feira [por volta das 10:40 h] o mesmo afirmava ter conseguido
transferência para o Hospital Ortopédico de Goiânia, com tratamento pelo
sistema SUS. Fato que se confirmou quando o mesmo foi transladado para o
referido hospital às 12:21 horas do dia 03/11/2011. O que mais chateia é que o
mesmo ainda falava em alto e bom som: “É se não tiver amizade... ter amigos e
mais importante que ter dinheiro.”
Enquanto isso...
Bom enquanto isso acontece coisas inexplicáveis como,
por exemplo: pacientes, três no total, que aguardava uma prescrição de colete,
o que foi feito primeira vez, segundo acompanhante de um dos pacientes, o
pessoal do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo – CRER
– disse estar errado. Fez-se um segundo pedido, errado de novo. Por fim o
prontuário do paciente desapareceu, extraviou-se e até o presente momento - já
aproximadamente 18 horas de extravio – ainda não foi encontrado.
Outro paciente igualmente ao caso do sr. J.R.L –
fratura similar (fêmur) continua aguardando na fila de cirurgia. Quando será
realizada? Não se sabe.
São os pacientes culpados? Devemos julgá-los por tentarem
agilizar seu próprio atendimento? Claro que não! Eu mesmo se tivesse condições
agiria da mesma forma que ele (JRL).
O sistema SUS permite tais interferências externas.
Que fazer?
Importante ressaltar que estive por doze dias
consecutivos acompanhando meu pai, que estava hospitalizado para fazer um
debridamento. Meu pai ficou na verdade dezesseis dias (do dia 27/11 à 11/11)
aguardando tal procedimento que chegou a ser agendado pelo médico, mas as
cirurgias foram suspensas, como já estava acontecendo nos dias anteriores, por
falta de materiais para procedimentos cirúrgicos, tais como: luvas, fios de
suturas, e outras coisas mais. Resultado: Meu pai recebeu alta sem realizar tal
procedimento de debridamento.
A estes episódios vale lembrar que o HUGO, esta
apresentando déficit de médicos, material básico de cirurgia e água, segundo a
reportagem do Jornal Daqui, editada em 28/10/2011. Segundo o mesmo jornal, o
secretário de Estado da Saúde, diz que a situação só via melhorar quando
terceirizar os serviços de saúde. Diante disso pergunta-se: Se
privatizar/terceirizar os serviços de saúde, resolve a problemática, isto
significa que o Estado está sendo incompetente em administrar e fornecer um
serviço de sua responsabilidade legalmente constituída.
Onde está o X da questão? É difícil identificar a
raiz do problema! Embora nós, pobres mortais que somos, reconhecemos que falta
investimentos e canalização de recursos para a saúde brasileira. E em muitos
casos os parcos (ou volumosos?) recursos não são aplicados corretamente! E não
raros desaparecem sem deixar rastros, pois são apropriados por pessoas físicas
que deveriam administrar corretamente os bens públicos.
Pergunto novamente: Que podemos fazer?
Dê sua opinião! Fale o que pensa! Dê seu ponto de
vista.
N-valdo Alves (Sula)